setembro 20, 2009

a prova de que Deus existe












Apreciem a melhor execução da música Sonho de Ícaro do cantor brasileiro Maurício Pinheiro Reis aka Byafra. Até 1998, o pseudônimo era escrito com a letra "i" - Biafra - e depois ele deu um upgrade na própria finesse.




No ar, no ar
Eu sou assim
Brilho do farol
Além do mais
Amargo fim
Simplesmente sol...

Rock do bom
(momento da intervenção divina)
OooPLAFT

setembro 09, 2009

It fit when I was a kid (Partes II & III) - Discussões etimológicas e a Música como Linguagem

O que é amadurecer? É ficar menos urgente? Ser adulto e menos adolescente? Diminuir a velocidade, aumentar o não-significado das letras? O que exatamente significa fazer um álbum mais maduro? Em que pontos o Arctic Monkeys conseguiu isso, e de valeram? Ser jovem ainda (os membros da banda têm em torno de 23 anos agora, o quão adulto isso é?) e querer soar maduro pode soar bastante clichê. Como se a adolescência, o exagero da adolescência, fosse menos válido do que a contemplação melancólica de um universo preto&branco desfocado; como se sussurrar fosse sinal de densidade; e qualquer concessão à recém-abandonada juventude fosse um pecado artístico. Amadurecer é tornar-se comedido, experimentado, o que me leva a duas observações: primeiro, só se pode ser experimentado, e isso é semanticamente óbvio, depois de se experimentar; e segundo, faz-se necessário pensar até que ponto realmente precisamos de uma música comedida (não minimalista, ou interiorizada; mas comedida - o que significa: moderada, modesta, sóbria, convenientemente regulada).

No primeiro caso, podemos pensar em maduro como sendo adiantado em anos, mas não no sentido de precoce, ou de ter uma visão ampla do futuro antes de todos, mas sim que está quase terminado ou concluído. O Arctic Monkeys pula os anos de experimentação e se apresenta como uma banda experimentada em um disco que, talvez muito por causa dessa postura, não traz nada de novo. Artistas de fato chegam em uma época mais serena em sua produção, mas não interessantes forçar essa época, forjar uma placidez.

Uma amiga minha atentou para o fato de o David Bowie ter amadurecido: o Bowie foi um experimentador, consciente do seu papel de vanguarda na década de 70, durante a qual passeou por estilos, do hard-rock-blues-folk de The man who sold the world, ao experimentalismo de Low e Heroes, passando pelo glam rock de Ziggy Stardust e Aladdin Sane. Ele ficou maduro depois.

O Fugazi, cuja música é altamente baseada na explosão da juventude (como todas as bandas com o roots no punk) conseguiu, no álbum Red Medicine, amadurecer sem perder a potência, abrindo espaço para o experimentalismo mas mantendo sua assinatura musical e ainda avançando em território inexplorado. Mas eles já tinham mais de 30 anos, tinham bandas desde a adolescência (antes dos 20 anos Ian Mackaey já tivera o Minor Threath, a mais importante banda de hardcore de Washington).

Humbug é bom disco. Só não é um disco de temática e sonoridade modernas, nem uma melhora ao som apresentado pela banda em Favourite Worst Nightmare. Não há insights modernos nas letras de Turner (considerado um poeta por Homme), como havia nos discos anteriores. E essa música contemplativa, séria, certa, reta, não é moderna - é bonita (perto do fim, a sequência Cornerstone, Dance Little Liar, Pretty Visitors é muito boa), é, perhaps, madura. Mas não aponta para frente como o misticismo futurista-eletrônico de Myths of the Near Future, do Klaxons; ou como a beleza perturbada/perturbadora de In Rainbows, do Radiohead (que aliás anunciou que não lançará mais álbuns).

Humbug
é como o QOTSA, e como seu produtor Josh Homme, e como a banda paralela de Turner, Tha Last Shadow Puppets: é um produto do passado. É como Vinícius de Moraes escrevendo sonetos: bonito, bom, mas não cria novas linguagens.

agosto 18, 2009

It fit when I was a kid (Parte I) - O que se espera de um Terceiro Álbum



O engenheiro de som e produtor Jimmy Iovine (Iovine foi engenheiro de som de John Lennon e de Bruce Springsteen; produziu U2 e Patti Smith, entre outros) disse uma vez que o terceiro disco de uma banda é, normalmente, o melhor. Iovine aparece falando isso no documentário Runnin' Down a Dream, sobre o grupo Tom Petty & The Heartbreakers, do qual produziu Damn the Torpedoes, exatamente o, hã, terceiro álbum. Logo se nota que Iovine não é o cara mais idôneo para fazer esse tipo de afirmação (embora Damn the Torpedoes seja talvez o melhor trabalho de Tom Petty e cia), mas o raciocínio para explicá-la faz um certo sentido: para esse americano do Brooklyn, que em 1990 largou a produção para se tornar empresário (Iovine é co-fundador da Interscope Records), o álbum de estreia de um artista ou de uma banda é bom porque é feito de composições nas quais os jovens músicos, mesmo que inconscientemente, trabalharam por quase uma década. A seguir, o problema estaria na pressa para lançar o segundo álbum: faltam mudanças e sobram autoclichês reciclados; falta evolução: o artista sofre com a Maldição do Segundo Álbum - Sophomore Slump, em inglês (sophomore originalmente se refere a estudantes que estão no segundo ano da faculdade, e slump é adicionado àqueles que começam a levar o curso pouco a sério depois de deixarem de ser calouros).

Só na próxima tentativa é que a banda deve enfim acertar as coisas, apresentando composições originais, descobrindo e amadurecendo uma sonoridade própria. Iovine pode ou não ter dito isso para se enaltecer de alguma forma, não importa; a verdade é que existem diversos álbuns considerados clássicos, às vezes sendo as melhores gravações que um grupo fez, que são seus terceiros discos. (Isso não prova a teoria de Iovine, apenas demostra um certo padrão especulativo.) São alguns: London Calling, do Clash, The Queen is Dead, do Smiths, Ok Computer, do Radiohead, Raw Power, do Stooges, Raising Hell, do Run-D.M.C., Master of Puppets, do Metallica, Screamadelica, do Primal Scream, Loveless, do My Bloddy Valentine, Parklife, do Blur, White Blood Cells, do White Stripes, Dear Science, do TV on the Radio.

Nem todos esses artistas tiveram fracassos no segundo e sucesso no primeiro álbum, como prevê a teoria do Terceiro Álbum Clássico de Iovine. Mas enfim. Da forma como foi descrito, esse processo se aplica claramente ao The Jam.

Em maio de 1977, cinco dias antes do Guitarrista-Vocalista & Compositor Paul Weller completar 19 anos, a banda britânica The Jam lançou In the city, um debute impressionante, que misturava a (então) moderna agressividade do punk com o senso melódico de bandas como The Who e Kinks e do R&B da década de 60. Aproveitando a visibilidade alcançada por In the city, a banda compôs, gravou e lançou o segundo disco, This is the modern world, menos de 7 meses depois da estreia, em novembro do mesmo ano. O apressadinho descrito por Iovine. This is the modern world não é um disco ruim, nem uma completa involução no som do Jam, mas não acrescenta quase nada ao que já havia sido criado e explorado em In the city, e algumas vezes piora.

No fim de 1978 veio a redenção (e a glória eterna, amém): o Jam lançou o terceiro disco, All Mod Cons, primeiro de uma sequência de três grandes álbuns gravados pela banda em três anos (Setting Sons, em 79, e Sound Affects, em 1980), nos quais Weller se consagrou como um dos maiores compositores da história do rock inglês.

Corte para 2005: o mundo assiste ao surgimento da primeira grande banda da geração internet, influenciada diretamente tanto pela tradição do rock quanto por aquele novo rock pós-Y2K: Arctic Monkeys. A badalação em torno do quarteto é impressionante. Através de mp3s divulgados na web o grupo pula de uma banda de adolescentes desconhecidos para a salvação do rock, e daí para os píncaros do pop. Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, o disco de estreia, foi lançado em janeiro de 2006, e o hype em torno do álbum chegou ao ponto de a revista semanal NME inclui-lo em uma lista dos cinco melhores álbuns britânico de todos os tempos. Não demorou para que o guitarrista, vocalista e compositor da banda, Alex Turner, então com 20 anos, fosse comparado a Noel Gallagher, do Oasis, e, depois, a Paul Weller - o melhor compositor inglês desde Paul Weller, disse a mídia inglesa.

É inegável que Whatever People Say... é um bom disco de rock, embora cru e, como em várias estréias, seja possível identificar com certa clareza as influências da banda. A produção do segundo disco foi acelerada, como fora com o Jam quase 30 anos antes: começou enquanto o Arctic Monkeys ainda estava na turnê de lançamento do primeiro disco, e, em abril de 2007, Favourite Worst Nightmare chegou ao mundo. Vale saber que algumas das principais influências do Arctic Monkeys não tiveram segundos álbuns melhores que os primeiros: Strokes não teve, nem o Libertines; nem o Jam nem o Clash nem o Smiths. Mas não foi esse o caso do Arctic Monkeys. Em Favourite Worst Nightmare a banda potencializou as propostas do primeiro disco e chegou à sonoridade própria que faltava em Whatever People Say.

Há também uma estatística de bandas com ótimos segundos álbuns às quais os Mokeys se unira: Nirvana, em Nevermind, Pixies, em Doolittle, Black Sabbath, em Paranoid, Beastie Boys, em Paul’s Boutique, Queens of the Stone Age, em R. Dessas bandas, nenhuma fez um terceiro disco obviamente superiror ao segundo; mantiveram-se a altura apenas: In Utero, Bossanova, Master of Reality, Check Your Head, Songs for the Deaf são todos discos bons, alguns melhores que outros, mas o que têm em comum é que nenhum deles foi um passo tão radical para a banda quanto a gravação anterior.

E entre essas bandas temos dois dos novos caminhos escolhidos por Alex Turner e seus amigos: a nova obsessão da banda por Black Sabbatah, e a escolha de Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age como coprodutor (ao lado de James Ford, que produziu Favourite...), seguida da mudança da Inglaterra para os Estados Unidos. A impressão de que se tinha, aumentada pela escolha de gravar com Homme no deserto da Califórnia, era de que o Arctic Monkeys confirmaria pelo menos duas das previsões de Iovine - a do primeiro disco, cru e ótimo, já se confirmara; a segunda não; mas ainda restava a última, do terceiro disco como o ápice. Previsões em relação aos Monkeys não parecem funcionar.

Humbug, o terceiro disco, é coeso como um disco, mas nunca um ápice. É a descoberta de novos territórios, mas para a banda, não para o mundo. E é mais maduro, embora, de uma maturidade às vezes óbvia, se deixe cair nos clichês que envolvem se distanciar da adolescência (quando adolescência significa potência, não tédio): a melancolia, a contemplação. Uma negação pelo oposto. Perde-se assim muito daquela assinatura própria descoberta em Favourite Worst Nightmare; é como se fosse um primeiro álbum, mais uma vez. Eles tentam emular novas influências, mas acabam soando mais como outras coisas do que como Arctic Monkeys, de uma forma abafada: como se a potência adolescente dos outros dois discos se reduzisse a uma espécie de explosão impedida de expandir por sedativos que eles mesmos escolheram tomar. E embora não pareça o velho Arctic Monkeys, Humbug tampouco descobre um novo (poderia haver uma implosão, mas não há). Em Humbug, a bateria de Matthew Helders, talvez o melhor baterista de rock na atualidade, é subaproveitada; os pedais de efeito das guitarras parecem emprestados diretamente do set de Josh Homme; e as passagens de teclado, às vezes parecem gravadas para um disco do próprio QOTSA (e seria divertido vê-las interpretadas por Natasha Shneider, a tecladista russa que acompanhava a banda, na turnê feita pós-Lullabies to Paralyze, com seu piano na diagonal).



Breve:

It fit when i was a kid (Partes II & III) - Discussões etimológicas e a Música como Linguagem

agosto 10, 2009

suporte a somália

Na Época:

Grupo quer oficializar Partido Pirata no Brasil
Movimento existe na internet há dois anos e agora se organiza para tentar virar partido político

Depois de dois anos existindo apenas como um grupo de pessoas que se comunicavam pela internet, o Partido Pirata do Brasil se prepara para tentar a sorte no mundo da política real. Mas legalizar-se como agremiação política para poder concorrer nas eleições não é tão simples, e pode parecer estranho para um grupo que existe muito mais no mundo digital do que no mundo físico. É necessário reunir 500 mil assinaturas, escritas à caneta em folhas de papel, de pessoas de todo o Brasil, e cada Estado tem um mínimo necessário de assinaturas. Jorge Machado, professor de políticas públicas da faculdade de Sociologia da USP e um dos participantes do partido em São Paulo, aponta essa como a maior dificuldade na oficialização. "Também é preciso ter um gabinete em Brasília, mas isso seria mais fácil de resolver", conta. "Temos participantes do partido lá. O problema é o recolhimento das assinaturas, que tem que ser em papel, separado por seção eleitoral, e tudo precisa ser enviado para cada seção para confirmação".

O meio mais fácil de contornar isso, acreditam os membros do grupo, é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitar que a lista de apoiadores seja feita através de assinaturas digitais. Segundo Machado, os cartórios brasileiros já possuem a tecnologia necessária para fazer esse processo, o que falta é apenas a autorização do tribunal. "Já encaminhamos um pedido para o TSE, que foi recusado, mas agora estamos preparando outro, com mais informações de como isso seria realizado", conta. "Alguns tabeliães se uniram ao grupo recentemente e estão ajudando a preparar a proposta". Machado acredita que com a liberação do uso de assinaturas digitais seria fácil conseguir a quantidade necessária, e talvez até mesmo concorrer às eleições de 2010 - para isso o partido teria que ser oficializado antes de setembro.

Continua lá. :)

julho 23, 2009

julho 21, 2009

my stuff about space

Na Época, sobre os 40 anos da viagem da Apollo 11: uma notinha sobre Bowie e um texto sobre literatura e espaço, que começa em Verne e vai até Gibson. Este:

Como a ficção científica influenciou a corrida espacial
A literatura inspirou e incentivou a corrida espacial esperando que, em poucas décadas, o homem dominaria todo o Sistema Solar. A frustração do sonho de conquistar o Universo gerou uma nova ficção, voltada para a Terra e seus desafios num futuro próximo

Nem é preciso ler Da Terra à Lua, romance escrito por Júlio Verne em 1865, para notar a semelhança entre a nave imaginada pelo francês e o módulo criado pelo governo dos Estados Unidos para o programa Apollo, quase 100 anos depois. A semelhança entre o desenho na capa do livro e a foto da nave impressiona. Ambas são estruturas cilíndricas, com a ponta em formato de cone, impulsionadas por outros elementos que se desmontam. Até mesmo as dimensões descritas no livro são parecidas com as da realidade. No texto há outras semelhanças: o canhão que mandou os astronautas de Verne até a Lua se chamava Columbiad, e o módulo de comando da Apollo 11, Columbia; o local do lançamento fictício da nave de Verne fica a apenas 30 quilômetros de Cabo Canaveral, de onde as naves do projeto Apollo foram realmente lançadas; e tanto na ficção quanto na realidade as espaçonaves tinham uma tripulação de três pessoas.

Continua lá. :)

junho 30, 2009

Globalização do estilo

Os blogs que mudaram a nossa forma de consumir moda




(versão estendida da matéria que publiquei no site da Época)

Para um número cada vez maior de pessoas ao redor do mundo parece normal saber quase instantaneamente, através de blogs e sites de moda, que roupas estão sendo usadas nas ruas de Londres, ou nas baladas de Nova York, ou em lugares que nem eram parte do inconsciente fashion mundial, como Helsinki, capital da Finlândia. Mas essa globalização é uma abordagem recente da moda: surgiu entre o fim dos anos 90 e o começo dos 2000, com a popularização das câmeras digitais - quando registrar o estilo de anônimos deixou de ser uma atividade restrita a um círculo de profissionais e começou a envolver qualquer pessoa que tivesse cara de pau para sair por aí pedindo para fotografar pedestres bem vestidos -, e se tornou realmente importante nos últimos cinco anos, quando esses caçadores de tendências amadores começaram a publicar suas fotos na web. Antes, para tecer um panorama do estilo nas principais cidades do planeta, era necessário ter tempo e dinheiro disponíveis para gastar viajando por bairros descolados de grandes centros urbanos - e se voltarmos mais ainda, para a primeira metade do século 20, isso nem tinha importância.

A ideia de buscar na rua referências de estilo só ganhou notoriedade em 1960, quando Yves Saint-Laurent lançou uma coleção de roupas inspirada nos beatniks parisienses que circulavam na Rive Gauche do rio Sena. Saint-Laurent, nos próximos anos, se esforçou para democratizar a moda, trazendo mais elementos das classes operárias para a alta costura. Em uma perspectiva mais comercial, o estilo urbano só começou a ganhar atenção quando, no começo da década seguinte, cresceu a importância dos fatores sócioculturais na determinação dos padrões de consumo do mercado, antes dominado por dados estatísticos como faixa etária e renda - nos anos 70 foram realizaram as primeiras pesquisas sobre tendências comportamentais, embora a maior parte delas ainda buscasse explicações para a forma como padrões haviam se consolidado e massificado. Isso mudou na década de 90, quando, com o crescimento da segmentação, as empresas de moda sentiram a necessidade de descobrir antes das concorrentes qual seria a próxima tendência para poderem se antecipar no lançamento de produtos e serviços. Junto com essa nova demanda surgiu, dentro do marketing contemporâneo, a atividade de coolhuntig e as empresas especializadas em "caçar o cool".

Cool é uma palavra da língua inglesa que poderia ser traduzida simplesmente como "legal", mas na forma como é realmente usada se refere na verdade a uma espécie de "novo legal", ou o "mais novo legal", que surge (a maior parte das vezes) a partir de invenções estéticas de alguns jovens criativos e individualistas que querem, através da roupa, se diferenciar da maioria. Essas invenções ganham importância quando são apropriadas por uma parte do mercado conhecida como consumidores-alfa, formadores de opinião que ditam o que é ou não cool. Manter um olho na rua e saber onde procurar esses consumidores-afa não era uma tarefa fácil. Só iniciados sabiam onde, dentro de algumas cidades-chave, estavam os jovens mais descolados e logo esse tipo de consulta tornou-se muito importante para decisões corporativas e o sucesso de marcas. Foi uma coolhunter, por exemplo, a americana Baysie Wightman, que guiou a empresa de calçados Converse em seu retorno ao design retrô do tênis All-Star e ao topo do mundo cool no começo da década de 90.

Cayce Polland, protagonista do romance Reconhecimento de Padrões, best-seller do escritor americano Willian Gibson lançado em 2003, personaliza na literatura essa profissão: uma caçadora de tendências profissional contratada por empresas para sair às ruas e descobrir as novas vanguardas da moda. Em suas caçadas, Cayce procurava por "pequenas explosões de pura moda de rua", para fotografar, "mandar por email para casa" e depois vender às companhias que a contratavam. Quase o mesmo que os amadores que surgiram logo depois fazem, mas com a diferença de que as fotos serão compartilhadas através da internet, disponíveis para acesso público sem qualquer mediação que não o gosto pessoal do fotógrafo.

Essa mudança começou ainda antes da massificação da internet. Em meados da década de 90, por exemplo, o japonês Shoichi Aoki reparou que os jovens do seu país estavam mudando o jeito de se vestir, reapropriando roupas clássicas do Japão de uma forma ousada e excêntrica. Com uma câmera fotográfica amadora na mão Aoki passava os dias no bairro de Harajuku, em Tóquio, onde artistas e adolescentes se reuniam, procurando encontrar insights de moda urbana, o que não era difícil entre aqueles jovens inovadores que surgiam junto com o cresimento econômico japonês. Em 1997 Aoki fundou a revista FRUiTS, que cobria as mudanças da moda japonesa. As fotos ocupavam quase inteiramente as páginas do fanzine, com comentários no rodapé sobre as peças de roupas, onde tinham sido compradas ou quem as fizera e uma mini-biografia da pessoa fotografada. Hoje, a FRUiTS é uma peça cult com diversos fãs ao redor do mundo, e é considerada um registro histórico das mudanças culturais do Japão.

O que surgiu na internet, e se popularizou nos últimos anos em blogs de street fashion como o Facehunter, iniciado em 2005, ou de fotografias de festas, como o Cobra Snake, que começou em 2004 com o nome Polaroid Scene, foi de certa forma uma apropriação do formato zine exposto pela FRUiTS e por outras publicações independentes e estabeleceu um novo paradigma de consumo da moda enquanto blogs eram criados em todo o mundo: jovens fazendo registro fotográfico de outros jovens e expondo esse registro ao mundo. Como na FRUiTS, as fotos são quase sempre retratos frontais de corpo inteiro, mas a maioria dos blogs nem mesmo escreve nada sobre os fotografados (com exceções, como o Easy Fashion, que publica mini-entrevistas). Esse novo meio de descobrir tendências aproximou internautas da moda nascente das ruas de qualquer lugar do planeta e facilitou a absorção de novas tendências. "Os blogs e os sites de moda vieram pra democratizar o acesso a essa informação", afirma a jornalista e estilista Helga Kern, uma das responsáveis pelo blog Porto Alegre Street Style, com fotos de pedestres da capital gaúcha.

Para Martin Raymond, co-fundador do The Future Laboratory (o Laboratório do Futuro, em português), empresa especializada em descobrir tendências, essa mudança é radical: "Tendências não são mais transmitidas hierarquicamente. Elas agora são transmitidas horizontalmente e de forma colaborativa através da internet", disse em entrevista ao jornal inglês The Independent. "Antes havia uma série de mediadores na adoção de uma tendência: os inovadores, os early adopters, a maioria precoce, a maioria tardia, e finalmente o conservador. Mas agora elas vão direto dos inovadores para a maioria".

Os mediadores citados por Raymond são conceitos de um campo de estudo que pesquisa a forma como novas ideias se espalham dentro das sociedades. Eles foram cunhados pelo americano Everett Rogers, em 1962, em um livro intitulado Difussion of innovations (Difusão de inovações, em português). Originalmente a teoria se refere a aceitação de novas tecnologias, mas seu ciclo de funcionamento também pode ser aplicado a forma como consumimos a moda de rua: os inovadores são os jovens que querem ser diferentes, que buscam criar um estilo único; os early-adopter são os primeiros a apropriarem o estilo desses inovadores, são os consumidores-alfa formadores de opinião: um novo estilo só chega à maioria quando já está amplamente difundindo entre os early-adopters.

Sendo menos drástico que Raymond, podemos dizer que a internet aumenta a possibilidade das pessoas serem early-adopters, disponibilizando um maior acesso às "explosões de pura moda". Em entrevistas, vários editores de blogs de moda jovem parecem concordar que o que estão buscando com as fotos são pessoas únicas, que usem roupas de uma forma criativa, legal (ou cool) e autêntica: ou seja, a busca pelo inovador. Claro que nem sempre esses blogs conseguem realmente registrar o incrivelmente novo, embora a maioria busque isso - com a exceção clara do The Sartoralist, blog americano que registra a moda adulta consolidada.

Isso foi como o acesso a moda foi globalizado, e esse processo já se consolidou. O Sartoralist é referência de como esses blogs se tornaram importantes: Scott Schuman, o fotógrafo responsável pelo site, foi citado pela revista Times como um dos 100 designers mais influentes do mundo. No estágio em que estamos agora, estamos assistindo o próprio cool se globalizar e o mundo fashion se integrar em um único estilo. Não existe mais um lugar que seja o pólo de referência da moda - e há quem diga que nunca mais vai existir: São Paulo, Helsinki, Londres ou Berlim podem ter a mesma força para lançar um tendência, e o tempo que ela levará para se espalhar para o resto do mundo é medido em dias, e não mais em meses. O resultado dessa apropriação é o surgimento de uma moda simultânea, um novo passo na evolução do estilo. Compare pessoas do mundo inteiro mostrando seus looks.


Produção nacional


Como foi bem definido pelo jornalista americano As pessoas têm uma idéia de que não se deve chamar atenção, nem destoar dos outros, nem ousar. Não têm coragem de usar o que gostam porque todo mundo vai olhar torto", disse. "Mas acho que essa cultura tá começando a mudar, sinto um pouco isso, embora ainda caminhe devagar".

junho 22, 2009

o diploma é só um papel com uma fonte feia

Essa discussão do diploma tem duas abordagens. Uma trata da importância do diploma para a prática do jornalismo. Outra trata da importância do diploma para os estudantes e os cursos de jornalismo.

Quanto à importância para a profissão em geral, para a prática do jornalismo, acho que iniciativas como a criação de um conselho de jornalismo são muito mais importantes. A profissão vai continuar existindo. Ela pode (e deve) ser regulamentada, sem a exigência do canudo. O fato de derrubarem a exigência do diploma não significa que agora o jornalismo vai ser praticado por um bando de amadores. A profissão continua. Os jornalistas profissionais continuam existindo, com a diferença de que eles não precisam ser formados em jornalismo.

O piso salarial, que é outra pauta importante para a prática do jornalismo, também vai continuar existindo, para todos os jornalistas, formados ou não. A discussão sobre as diretrizes dos cursos de jornalismo também vai continuar. Os cursos vão ser regulamentados e avaliados, mesmo que não sejam obrigatórios. A questão da formação continua.

A crise do jornalismo também está aí.
Acho que tem várias coisas muito mais importantes que poderiam mobilizar estudantes e sindicados.

Eu estou feliz com o fim do diploma. Não concordo com quase nenhum argumento usado para derrubá-lo. Acho uma besteira dizer que a exigência do diploma fere a liberdade de expressão das pessoas. Você não precisa ser jornalista para escrever em um jornal, e, mais importante, você não precisa escrever num jornal para exercitar a sua liberdade de expressão.

Aquele outro argumento tosco para derrubar a exigência, de que o Machado de Assis escrevia em jornal, é mais um indicativo de que não precisa ser jornalista para escrever num jornal do que qualquer outra coisa. Qualquer um pode escrever um TEXTO sobre futebol, literatura, um acidente que aconteceu no dia anterior. Mas para escrever uma REPORTAGEM sobre essas coisas, precisa ser jornalista. Eu só não acho que precisa fazer curso de jornalismo para ser jornalista e escrever matérias.

Entrei na faculdade e estou saindo outra pessoa. O curso me preparou para um monte de coisas, acho que estou capacitada para ser jornalista. Mas não acho que seja só em cursos de jornalismo que as pessoas podem aprender a profissão. Inclusive, o melhor aproveitamento que fiz da estrutura do curso e dos professores foi fora da sala de aula.

Quanto à importância do diploma para os estudantes e os cursos de jornalismo, eu acho que vale lembrar da seleção que o mercado faz. E não acho que o fim da exigência do diploma seja um chute no saco de quem estuda e se esforça para ser um bom jornalista.

Os bons jornalistas não vão se preocupar com os concorrentes que não têm diploma, eles se preocupam com os concorrentes em geral.

Se preocupem em ter um texto impecável, que seja claro e que tenha uma estrutura perfeita. Tentem desenvolver vários estilos (texto sério, texto narrativo e fluído, texto bem humorado), tentem ter boa noção de pauta, exercitem a criatividade. Se esforcem na apuração. Saibam quando usar o lead clássico e quando abrir com uma descrição. Saibam quando o novo jornalismo é uma boa alternativa e quando não tem nada a ver com o que está fazendo. Saibam fazer bons títulos, pois é um exercício que desenvolve mais um monte de outras aptidões. Busquem ter uma boa base de conhecimentos e cultura. Saibam compreender ou conceber um projeto editorial. Desenvolvam uma noção estética e gráfica, aprendam no mínimo o básico de editoração, conheçam pelo menos algumas tendências de diagramação, saibam casar essa noção estética à noção de um projeto editorial redondo e de como cumprir melhor a sua proposta. Conheça ao menos o básico de alguns suportes, conheça a linguagem e da edição dos diferentes suportes. Conheçam bastante de internet. Mesmo que você não seja fanático, internet é super importante. Cada vez mais, se preocupar com jornalismo é se preocupar com internet. Domine quase plenamente a linguagem e a forma do suporte de que você mais gosta. Corram atrás de inovações, pensem em como complementar a sua formação, pensem no que tem lugar no futuro. Acompanhem a crise da mídia. Leiam textos de especialistas, de blogueiros, de futuristas da mídia e de economistas para saber do que está acontecendo, do que está sendo feito e do que tem dado certo. Assim você poderá juntar esse conhecimento às noções que desenvolveu de projeto editorial, de inovações e de jornalismo e concluir o que você deve fazer para - depois que a crise arrasar com os empregos, veículos e alterar completamente a prática e a realidade da profissão - continuar sendo jornalista, do tipo de jornalista reformulado, da pós-crise, que não ficou anacrônico. Ah, e façam contatos.

O curso que eu fiz dá condições razoáveis para que bons profissionais saiam de lá. Ele dá condições de desenvolver o que está citado aqui. Garanto que, se alguém fizer todas essas coisas, não vai se preocupar com os concorrentes, sejam eles diplomados ou não.

Acredito que, no aspecto da competitividade, o fim da exigência só vai fazer com que as faculdades de jornalismo melhorem, pois elas precisarão se fazer necessárias, não vão ter um mercado cativo. Eu, como estudante de jornalismo, estou super contente com o fim do diploma.
A exigência do diploma não resolvia o problema das faculdades ruins sendo abertas aos montes, por exemplo. O fim da exigência vai dar surtir um efeito legal nesse aspecto. Não é um chute no saco de quem estuda e se esforça para ser jornalista, é um chute no saco das faculdades e estudantes ruins. Os bons estudantes de jornalismo, de boas escolas, não têm nada com que se preocupar.

No final das contas, acho que a perda que as faculdades e os estudantes de jornalismo sofreram com essa decisão vai ser boa para a prática do jornalismo em geral e para os jornalistas bons.

É válido levantar que algumas empresas são contra a obrigatoriedade do diploma porque elas querem achatar os salários, mas também não é um raciocínio absoluto. Só para citar de exemplo, a Folha é contra o diploma, mas os casos que conheço de colegas que foram para lá começaram ganhando mais do que os que foram para o Estadão, que exige o diploma. Os veículos precisam ser preocupados com qualidade, isso não necessariamente quer dizer serem preocupados com o diploma.

As empresas que querem aproveitar o fim da exigência do diploma para achatar os salários não são preocupadas com qualidade, e vão passar pela crise do jornalismo do mesmo jeito. Sendo que já está claro que simplesmente cortar gastos não é uma maneira de sobreviver à crise.

Por tudo isso, acho mais recomendável que quem quiser se mobilizar corra atrás do conselho, do piso, das diretrizes dos cursos...

junho 11, 2009

Anime Meets Luxo Eterno

Muito bonito o vídeo comemorando 6 anos de colaboração entre o artista japonês Takashi Murakami e a grife Louis Vuitton. Lembrando que Murakami também é BFF do Kanye West.

maio 14, 2009

frankie & biggie

Hoje faz 11 anos que o Sinatra morreu. Nem gosto muito do velho cantor/ator/mafioso, só queria aproveitar para atualizar o blog. Pensei primeiro em postar dois vídeos de My Way, sendo que o segundo seria o do Sid Vicious. Depois lembrei de Blue Eyes Meets Bed Stuy, do DJ Cappel. Nem Biggie e nem Frankie viveram o suficiente para ouvir. Christopher George Latore Wallace, o Notorious B.I.G., morreu um ano antes de Sinatra, mas tinha 24, não 82. De certa forma eu até poderia inventar uma efeméride para justificar o post. O resto é história - e mashup.



abril 30, 2009

De onde vêm os atores de Lost?

Ok, acho que todo mundo concorda que o elenco da série Lost é bom, faz uma atuação ótima e consegue, junto com o excelente trabalho de construção do roteiro, de direção e de edição, nos deixar vidrados na tela – do monitor, óbvio –, imersos naquela trama maluca, com os olhos arregalados e a boca moderadamente aberta. Mas esse post (comemorativo do centésimo episódio de lost) não é para elogiar o trabalho de quem edita/ atua/ dirige/ escreve. É para elogiar o casting.

O mundo inteiro já reparou na iniciativa legal de usar atores justamente do mundo inteiro e criar um elenco cosmopolita. Devem ter mandado todos fazerem um bom curso de dicção, pois apesar da série ser cheia de gringos e sotaques, os espectadores que falam um inglês moderado entendem tudo; sendo que existem filmes e séries que obrigam pessoas com TOEFL a usar legendas. Lembram do Snatch? O que seria de mim sem legendas? Até mesmo antes de aparecerem os ciganos.

Outra coisa muito bem pensada do casting foi de usar atores bons porém pouco conhecidos. Ou você iria se envolver da mesma maneira se fosse a cara da Julia Roberts aparecendo na tela para personificar a Rousseau, o Chandler Bing sendo Daniel Faraday? Aposto que Samuel L Jackson passaria por um John Locke super cativante. Aliás, que puta quebra de clima foi o Rodrigo Santoro. Não sei porque teve gente que gostou. Pra mim, foram poucos episódios em que um seriado de mistério virou uma série de comédia.

Como os atores eram um pouco conhecidos, tinham feito umas pontas por aí ou umas séries esquecidas da década de 90, talvez até fosse possível prever como o personagem seria interpretado por aquele ator específico. Quando resgato do fundo do baú o Party of Five, dramalhão da Fox que durou de 94 à 2k, acho que a atuação do Matthew Fox como Charlie já apresentava belos indícios do quão chato seria o Jack Shephard e sua relação de chaveco & ciúme permanente com a Kate. Digo isso porque a atuação não teve que mudar quase nada.











E quando vai escolher alguém para interpretar um físico maluco/freak/geek com uns tiques bizarros e um ar estranho, nada melhor do que usar Jeremy Davies, o mesmo ator que foi usado em 2002 no filme Solaris (dirigido por Steven Soderbergh e com George Clooney) para fazer um papel muito parecido. Parece que Snow e Daniel Faraday são quase a mesma pessoa. Gostei muito dos dois, pra ninguém falar que estou tirando sarro. Também foi ele que fez o soldado da imprensa em O resgate do soldado Ryan.









Dominic Monaghan, que faz o personagem Charlie Pace, já tinha executado uma atuação de sujeito nervosinho, persistente e parceiro em uma trilogia muito custosa e famosa. Só que tem várias pessoas que não o reconhecem porque ele aparecia com a metade da altura convencional, além de estar com pelos nos pés. Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Meriadoc Brandybuck, também conhecido como o hobbit Merry.










Poucas pessoas sãs assistiram a Matrix Revolutions depois do fiasco maçante que foi o Reloaded. Mas pelo menos no segundo filme da trilogia já da pra ver a atuação de Harold Perrineau Jr como o Link, natural de Zion e piloto do Nebucanezer.









Ponta quase despercebida

A próxima vez que você estiver sem nada pra fazer e pegar O Diabo veste Prada passando pela 2958029ª vez na HBO, vai reparar que é a Charlotte quem está sugerindo pautas para a Meryl Streep.









Não posso opinar
Simplesmente não posso comentar a atuação de Henry Ian Cusick, o Desmond, em O Evangelho Segundo João porque nunca vi esse filme. Figurino convincente, hein.











Mico
Todos já sabiam de Rodrigo Santoro em Lost antes dos episódios estrearem. Mas eu não estava a par da ponta dele em 300 de Esparta. Deu um tilt na minha cabeça quando vi. Deve ter recebido muito bem para se vestir assim.

abril 17, 2009

OMG they killed...

Ahmed & Salim não parece South Park só no traço: Tom Trager e Or Paz, os autores da paródia também gostam do humor politicamente incorreto da série americana. Só que o buraco é um pouquinho mais embaixo do que Cartman peidando: na série animada no Youtube, o pai de Ahmed e Salim quer que seus filhos honrem a religião islâmica sendo terroristas, mas enquanto o patriaca quer matar judeus, eles estão mais preocupados em jogar Wii e mexer na internet. Os seis episódios já produzidos da série são cheios de piadas de humor negro envolvendo judeus e árabes, e no quarto (que foi banido do YouTube) Ahmed e Salim chegam a atirar no saco de um rabino. Trager e Paz são israelenses e afirmam que isso não é uma sátira dos árabes, e sim dos terroristas e que eles na verdade não gostam de ninguém.











abril 14, 2009

O mundo visto em avenidas e capas de revistas

Em 29 de março de 1976 a revista The New Yorker publicou uma de suas capas mais famosas, a de View of the World from 9th Avenue, com uma ilustração de Saul Steinberg que representava de uma forma engraçada como o mundo depois no Rio Hudson seria visto por um nova-iorquino que estivesse na Nona Avenida, uma das principais da cidade.




No fim do mês passado uma edição da The Economist (21 a 27 de março) parodiou e atualizou o cartoon. How Chine sees the world, é a chamada principal da capa, ilustrada por um desenho da vista do mundo a partir da Chang'an, uma das principais avenidas de Pequim, que inclui inclusive um pedido de desculpas (With apologies to Steinberg and the New Yorker está escrito em uma placa atrás do Palácio Imperial).

Além do ponto de vista chinês, agora aparecem no mapa também a América do Sul, a Europa, a África e mesmo um pedacinho da Oceania. Trinta e três anos que inverteram (e esculhambaram) a perspectiva econômica do mundo.


abril 13, 2009

yyy snl review

Pra quem não viu o Saturday Night Live de ontem, com apresentação do Yeah Yeah Yeahs, e não consegue ver, já que, os videos foram removidos do youtube, segue um review interessante:

aqui os vídeos do yyy.

abril 09, 2009

the coolest kids since the cool kids and more


it's always sunny in philadelphia, rght gayz?

Confesso que não tenho base histórica para escrever sobre hip-hop: não estudei o estilo como estudei o rock. É o mesmo com a música eletrônica. Não que conheça muito pouco desses gêneros, mas o problema é que o que sei é fragmentário e meu interesse por eles é recente. Rock eu escuto desde sempre.

E eu não gosto tanto de música eletrônica nem de hip-hop, digamos, clássicos. Não comecei a gostar de música eletrônica e de hip-hop assim de uma hora para outra porque nunca tinha prestado atenção. Foram os próprios gêneros que abriram novos caminhos de evolução, aumentando o alcance da música.

Faz tempo que defendo que a nova música eletrônica é mais um novo rock do que uma nova eletrônica. E essa apropriação do rock pela eletrônica (ou vice-versa) foi que me levou além. Não simplesmente um rock com sintetizadores, ou uma eletrônica com verso e refrão, mas uma nova música, um híbrido feito de internet.

No meio disso o hip-hop. Eu gostava de algumas coisas de rap, claro, como Beastie Boys, ou Notorious B.I.G., mas faz bem pouco tempo que comecei a ouvir hip-hop e me identificar com isso. Não sei precisar exatamente quando. Tinha Streets, mas era um lance muito mais BRITY. Acho que começou com Spank Rock (isso foi em... 2006?) - que também me fez gostar dos raps do Neon Neon, já em 2008.

Eu não gosto de Kanye West em um todo, mas Stronger teve um papel fundamental nisso tudo. Harder Better Faster Stronger, as referências pop, o Akira, o show ao vivo com o Daft Punk no Grammy (não fui, só vi no youtube) serviram para me mostrar o quão moderno o hip-hop podia ser.

Passeando por essa "nova música" acabei caindo no duo Cool Kids, obviamente. Era quase a identificação master, but not yet. Essa semana ouvi Chiddy Bang. São um moleques da Filadélfia, que fazem rap em cima de samplers bem reconhecíveis, que funcionam quase como remixes das faixas, mas vão além.

Agora rolou. Os samplers, a construção das músicas, as rimas e as letras, tudo remete ao mundo referencial em que vivo. Seja cantando em cima de MGMT, ou fazendo um dueto de mashup com o Thom York. É a música do nosso tempo. Está tudo lá, não importa mais que gênero é.

tl;dr

abril 08, 2009

Contra a Crise



A campanha foi feita pela agência glow, de Berlim. Eles tem várias outras peças legais para a Blush, essa marca de lingerie alemã ai de cima.

abril 01, 2009

O Jornalismo Brasileiro #1 - Ou O Teu Passado Te Condena

A capacidade de análise histórica do rock que o Bonner tinha me assusta. Já requisitei bafões da Sônia Bridi dos labirintos do acervo do LabTele da UFSC.

março 31, 2009

BAD TIME FOR BED (TIME) STORIES ou vírus de computador e histórias para boi dormir


No meu tempo tudo era muito mais rootera

Tá rolando um papo de que um vírus de computador já infectou o mundo inteiro e vai ser ativado amanhã, no dia da mentira. O Conficker. Essa notícia perdida aqui diz que no site da Microsoft está escrito isso (preguiça eterna de ir lá checar só pra fazer uma piadinha no meio do horário de trabalho):

“Conficker é um vírus informático que pode infectar o computador e espalhar-se para outros computadores automaticamente através da rede, sem interacção humana”.

O, rlly?

Por mais que especialistas jurem que não é hoax, isso só serviu para lembrar do Badtimes.

Lembra?

É poesia, é literatura, é uma obra de arte hipermoderna insana.

É uma das melhores coisas que já li na vida.

If you receive an e-mail with a subject of Badtimes, delete it immediately WITHOUT READING IT. This is the most DANGEROUS e-mail virus ever.

It will rewrite your hard drive and scramble any disks that are even close to your computer. It will recalibrate your freezer's coolness setting so all your ice cream melts. It will demagnetize the strips on all your credit cards, screw up the tracking on your VCR, and use subspace field harmonics to render any CDs you try to play unreadable.

It will give your ex-boy/girlfriend/ex-husband/wife your new phone number. It will mix antifreeze into your fishtank. It will drink all your beer and leave its socks out on the coffee table when company comes over. It will put a kitten in the back pocket of your good suit and hide your car keys when you are late for work.

Badtimes will make you fall in love with a penguin. It will give you nightmares about circus midgets. It will pour sugar in your gas tank and shave off both your eyebrows while dating your current boy/girlfriend behind your back and billing the dinner and hotel room to your Visa card.

It moves your car randomly around parking lots so you can't find it. It will tease your dog. It will leave strange messages on your boss's voicemail in your voice. It is insidious and subtle. It is dangerous and terrifying to behold. It is also a rather interesting shade of mauve.

Badtimes will give you Dutch Elm disease. It will leave the toilet seat up. It will make a batch of methamphetamine in your bathtub and leave bacon cooking on the stove while it goes out to chase high school kids with your snowblower.

These are just a few of the signs. Be very, very afraid!

março 27, 2009

Baby, te amo D+++++


Bonito, né? Peguei essa imagem de
alta resolução no Last.fm, será que
vou ter que pagar 3 euros por ela?

Na nossa segunda e última
enquete Copacabana Beat bateu (hã? hã?) Copacabana Club por NOVE votos a DOIS. Uma diferença incrível, representativa da incrível audiência deste blog.

MEL DA SUA BOCA

Intro: D A Bm G

D A Bm G
Como é doce o beijo quando vem da sua boca
D A Bm G
Dá uma vontade de levar você comigo
Bm D Bm
Na verdade isso nunca aconteceu é um mundo novo que me apareceu
A/C# Bm
Ah ! Eu nem sabia que isso existia, um amor tão lindo só você e eu
G Bm
Cuida de quem, baby, te ama demais
G A
Dentro de mim, dentro de mim você, só você
D A Bm
Como é doce o beijo quando vem da sua boca
G D
Como é doce o beijo quando vem da sua boca
A Bm
Dá uma vontade de levar você comigo
G D
Dá uma vontade de levar você comigo
Bm D
Vai voltar pra casa quando eu te esperar
Bm
Vigiar meu sono, me aconchegar
A/C#
Ser minha alegria, ser minha estrela guia
Bm
Chorar comigo quando eu precisar
G Bm
Cuida de quem baby, te ama demais
G A
Dentro de mim, dentro de mim você, só você
D A Bm
Como é doce o beijo quando vem da sua boca
G D
Como é doce o beijo quando vem da sua boca
A Bm
Dá uma vontade de levar você comigo
G D
Dá uma vontade de levar você comigo



BÔNUS: VERSÃO FORRÓ:

Traumas de Infância



Eu gosto de me fantasiar de abominável homem das neves e assustar crianças em bancos de praça. É errado? Quando eu era criança fui atacado por um urso polar. Na verdade, foi pela Priscila, da TV Colosso. Não sei.

março 26, 2009

tl;dr

Grooveshark sai do ar e obriga internautas a ouvirem música no Last.fm


Audioscrobble já foi tudo nessa vida. E o Last.fm era a rede social mais cool do planeta [atrás do iminlikewithyou, óbvio. OMG]. Super moderno, design bonito, conteúdo colaborativo relevante, ótimas ferramentas de sugestão de músicas, anúncios de emprego com títulos como london is calling [é, o last fica em londres]. Eu queria trabalhar lá, era demais, mas agora já era. Não dá pra confiar em um site elitista que resolve cobrar do mundo inteiro para dar música de graça para três países (EUA, Reino Unido e Alemanha) se você não estiver em um desses três países.

A dica é a seguinte: Grooveshark. Faz tempo eu e o Vinícius desistimos daquela radinho do Last.fm. O título desse post veio de uma idéia que ele teve uma vez que os servidores do Grooveshark (super rápidos, diga-se de passagem) saíram do ar. No Grooveshark você pode ouvir a música que bem entender. É só buscar pelo artista, faixa, ou disco. Depois, você pode favoritá-las, ver músicas semelhantes, criar e salvar playlists, ou mesmo curtir um esquema rádio de recomendações.

No começo o Grooveshark, uma startup feita por estudantes da Universidade da Flórida, era um site feio que tinha como slogan "everybody gets paid" e misturava Last.fm com P2P com iTunes. Eles tinham um aplicativo, o Sharkbyte, que você instalava para uplodar sua coleção de músicas. Na rede social, você podia ouvir essas faixas em streaming, criando um banco de dados de recomendações, como no Last, ou você podia comprar as músicas. O dinheiro era divido entre o artista, o Grooveshark e o usuário que subiu aquela faixa. Viciado em Last.fm e com 60 gb de música no PC, não dei muita bola para o site quando conheci.

Mas no começo do ano passado eles lançaram um novo serviço, primeiro batizado Grooveshark Lite e que depois acabou substituindo o site antigo [que não existe mais]. O slogan agora é "Play any song in the world, for free!", e o Grooveshark se tornou esse player de streaming que é hoje. Não é preciso nem ser registrado no site para ouvir as músicas (claro que aí você não pode executar algumas funções, como salvar playlists). Todas as músicas uploudadas pelos usuários do primeiro Grooveshark estão agora disponíveis na evolução do serviço. É um passo em direção ao futuro da música, quando não vamos mais precisar ter arquivos de mp3 no computador e tudo vai estar na internet.

Além disso, o team por trás do site lançou vários outros serviços interessantes nos últimos meses [eles afirmam os objetivos do Grooveshark são: To improve the connection between people and music. To change the music industry in ways they seem so unwilling to consider. To have fun.].

O Twisten.fm, que é um player de twitter, tipo um Blip.fm, mas melhor, agregando as músicas do próprio Blip e de outros, como o Tinysong, que também é powered by Grooveshark. Neste mês eles lançaram o Groveshark Artists!, uma plataforma para músicos e bandas "promote, manage, and extend" suas músicas.

março 24, 2009

Teoria das Cores I



Procurando uma foto que combine com aquela arte que você está aprontando no Photoshop? Pede ajuda aí: você vai escolhendo as cores, e essa API vai filtrando fotos em Creative Commons no Flickr através das suas preferências. Dá pra escolher até 10 tons. Muito bonito bonito.

g-zus iz in da house



Quando vi essa imagem, passeando por uns sites russos, lembrei da resenha que Kyle "Da G-Man" Goldman, Gaming Xpert do Zounds Youth Rock Ministry, escreveu sobre Tetris em outubro do ano passado. Precisamente este trecho:
Tetris é inganhável, você pode apenas adiar sua inevitável derrota. Esse aspecto fatalista não deveria surpreender, uma vez que o jogo foi originalmente criado na União Soviética, em 1985, onde o governo Ateísta ensinava para todos que não existe nada além de uma existência desoladora e sem sentido seguida pela morte, sem possibilidade de Salvação.
De cinco possíveis, Da G-Man deu zero para Tetris.

O Zounds YRM não é o único site/blog de jogadores de videogame cristãos. Existem outros, como o Gamers4Jesus e o Hardcore Christian Gamer. A diferença é que a maior parte desses sites, além de tratarem às vezes de jogos essencialmente cristãos, também respeitam que as pessoas joguem Call of Duty 4, ou Halo Wars, talvez não aquele simulador de estupro.

Da G-Man não aceita nada. Entre os jogos "seculares e não-cristãos" que ele resenhou, apenas Metal Gear Solid 4 conseguiu arrancar uma -inha. Todos os outros receberam zero. A lista inclui games obviamente criticáveis por um fundamentalista, criticáveis até por pais ateus?, como a série Doom, Grand Theft Auto IV e "jogos de zumbi em geral". Mas G-Man vai além e arrasa Guitar Hero, Rock Band, Spore e... Tetris.

Detalhe, Da G-Man muitas vezes nem joga os jogos antes de resenhá-los. Ele confia em nós, Seculares:
Nota: eu não joguei os games mencionados aqui pois eles eram classificados como "M" [para maiores de 17 anos] e não eram permitidos no campus da Fellowship U, então estou baseando esta mini-resenha em reportagens da mídia Secular.
Sobre o Guitar Praise, o GuitarHero/RockBand com músicas gospel. ele nem precisou esperar o lançamento: "tenho certeza de que eu vou dar pelo menos ††††". Profeta.

É disso que ele gosta: jogos com temática cristã absoluta. Coisas como Catechmen (††††), "o primeiro jogo 3D em primeira pessoa que se passa na Roma pré-Constantino quando os Cristãos estavam sendo perseguidos". "É como um Doom", ele explica, "mas não transforma os jogadores em assassinos".

Pessoalmente eu gosto bastante do Jesus In Space (††††), que ensina jovens como levarem a palavra de Deus para outros mundos. São três planetas: o planeta-peixe, o planeta-robô e o planeta-homens-de-neve. Em cada mundo Jesus tem a aparência de um morador nativo. Da mesma forma que ele veio a nós como Homem, ele aparece para os robôs como um robô (humanóide, claro). Assim as crianças vão saber como salvar a alma de aliens que elas venham a encontrar em sua jornada neste mundo.

O Zounds Youth Rock Ministry, além de ter uma página de gaming, é também uma banda que usa o "rocking power of awesome music" para levar Jesus aos adolescentes e jovens-adultos que acham a igreja tradicional "muito chata ou uncool". Eles oferecerem uma Salvação Totalmente Radical para as crianças de hoje, totalmente radicais! Enfim, Salvação Nescau que inclui, óbvio, videogames.

[Zounds é uma contração em inglês antigo criada por William Shakespeare para a expressão God's wounds, que remete às chagas da crucificação de Cristo. Existiu outra banda chamada Zounds na história do rock, ironicamente um grupo inglês de anarco-punk, membro do mítico selo anarquista Crass Records]

O Zound YRM está ligado ao grupo cristão ultra-fundamentalista Objective: Ministries. A ação mais famoso dos Ministries, que pregam uma visão "cristã objetiva", foi pedir o fechamento do site da Landover Baptist Church, uma igreja ficcional e satírica criada em 1993. Eles estão pedindo isso, sem sucesso, desde 2000. Saca o argumento:
A Internet foi criada pelos Estados Unidos da América - uma nação Cristã - e não deve ser usada para espalhar propaganda de ódio anti-Cristã, secular, ou não-Cristã. Esta é a nossa Internet, e nós devemos exercitar nossa posição como seus donos e protetores da civilização para parar seu mal uso.
Nada como a razão. Sinto falta do Carmageddon. Podia fazer uma versão nova, Carmageddon - Objective: Ministries.

março 21, 2009

green hair, purple hair

Saca esse demotivator:

tl;dr

[GIF DO 55CHAN FODE]

FDS. ABS. VSF. :D

março 18, 2009

março 17, 2009

Q: Who are they talking to? A: No one. And every one.

Supernews era uma série de curtas de animação que passava de 2005 até o ano passado no Current, um canal indepentende da rede de televisão à cabo dos Estados Unidos, liderado pelo bom moço Al Gore. Nesta sexta o Supernews estréia um full show, de meia hora, no mesmo canal.

Saca esse teaser: A young man struggles against the pressure to Twitter his life away.



Tem mais aqui.

CLODOEVILOL



O Clodovil tá tenso.

Shuuuuuu.


Correr pelo quintal dá sede

Estava lembrando dos banhos de mangueira da infância, no quintal de casa. Cool times aqueles. Era como se a vida fosse um jato de água. Como se o mundo fosse um gramado e molhar os outros fosse tudo o que importasse. Hoje em dia é mais civilizado ficar no ar-condicionado, ou tomar uma ducha gelada - e solitária. Mas olha, por mais que as pessoas digam que uma frente fria está vindo, eu não acredito. Nunca mais vai esfriar. Nós estamos presos em um verão infinito sem mangueira e sem quintal.

março 16, 2009

i'm a fckng early adptr

Todo esse papo de o twitter vai virar orkut é uma bobagem muita grande. Como já foi dito antes, se você tem medo disso, provavelmente não entendeu o twitter. Mas rola outra coisa também, rola um elitismo de early adopters.

Existem early adopters em qualquer qualquer coisa. Startups, bandas, bares, baladas, roupas. Tudo que é passível de moda. Early adopters tendem a se achar melhores, a achar que aqueles new fags não sabem realmente o que é tudo aquilo. Pior, early adopters tendem a achar que as coisas eram melhores antes, sempre.

As pessoas deixam de usar roupas, deixam de ouvir músicas, deixam de usar apps de internet e redes sociais. Isso é muito estúpido. Essa vontade de fazer parte de algo restrito, com se alguma coisa deixasse de ser boa só porque um monte de gente usa.

Concordo que para estrangeiros o orkut foi destruído por brasileiros, mas não acho que o orkut tenha sido destruido em si pela popularização. Duvido que o mesmo aconteça com o twitter.

O que acontece é que você não pode defender a internet, a web 2.0, e ser elitista e restritivo ao uso dos sites, e ficar discriminando alguém só porque a pessoa não sabia o que era o twitter até ver a capa da época.

A piada do new fag é muito comum no 4chan, mas o /b/ é anônimo, ninguém sabe quem é realmente novo no fórum. Em uma rede social, isso seria desastroso.

Mas o Brasil tem dessas coisas. Os caras do VT estavam bravos esses dias porque o "tenso" pertenceria a eles. Essas coisas não pertencem a ninguém, assim como o twitter não te pertence.

março 13, 2009

Make it (harder, better, faster, stronger) yourself

Depois de Kanye West e mais meio mundo (not to mention o Dwarfed Punk), você também pode facilmente brincar com um dos maiores classicos da música eletrônica.

Ableton?
Melodyne Direct Note Access?
Fruit Looops Studio 7.0?

Não, site interativo. Nesse link aqui tem um Daft Punk's Console























:D

março 12, 2009

Tenso?


o youtube sem google-images-made slideshows

Falei ali embaixo que a Lili Ellis usava o YouTube para ouvir música e que ela era super moderna (não só por ouvir música no YouTube, mas também). Conheço várias pessoas que usam o site de vídeos para isso, inclusive eu mesmo. Então por que não eliminar as imagens e ficar só com o som? É isso que o Muziic faz. O programa acessa a coleção de vídeos do YouTube e te traz apenas as músicas. Sensacional. Um dos criadores do streaming modernoso acha que ele é o melhor uso jamais feito da API do YouTube. David Nelson, que tem apenas 15 anos, diz que entrou em contato com o Google e que ainda não obteve resposta. "Nós gostaríamos de ter uma comunicação aberta com o Google, o YouTube e as gravadoras".


Oi. Quer TC?

Um porta voz da empresa já falou que o serviço viola os termos de uso da API do YouTube, o que inclui sempre usar os vídeos (eles estão lá, minúsculos). O Muziic ainda permite que você upload MP3s com imagens das capas do disco para o YouTube. Nelson, na boa, tem alguém escrevendo um processo judicial contra você nesse exato momento.

março 11, 2009

Brasil, um país sincero?

Bom ver sinceridade dentro do governo federal (com erro de digitação e tudo):

Brasil, país do futuro (ironia mode on ok?)

Gustavo Miller escreveu uma matéria chamada Meu primeiro e-mail para o Estadinho, o suplemento para crianças e pré-adolescentes do Estado de São Paulo. O texto é sobre meninos e meninas na faixa dos 8 aos 11 anos que querem ter seu primeiro email “para conversar com os nossos amigos”. O email seria um sinal de que as crianças ficaram "grandinhas". Agora, munidos de um correio eletrônico, eles podem bater altos papos pelo MSN e entrar em sites de relacionamento.

Oh, great.
Tudo o que nosso país precisava. Uma geração inteira sendo apresentada a serviços de email através do Hotmail. Era melhor que usassem o mirc. Já não basta o atraso de nossos adultos?

Lembrei de um post que Warren Ellis escreveu em seu blog, sobre a filha de 13 anos. Para ela, ter contas em redes sociais é "triste". Lilith esqueceu a senha do email e fala com as amigas através de sites de jogos e de moda (o Ellis não cita nenhum, mas telvez ela use o iminlinkwithyou. Será que já joguei tracism ou blockes contra ela?). Lili Ellis usa o YouTube para ouvir música.

Tudo bem que o garoto mais velho na matéria do Estadão tinha 11 anos, e não 13, mas eles não estão exatamente no caminho certo: Lili é que é super moderna - membro de uma geração totalmente imersa na tecnologia - e enquanto isso as nossas crianças gostam de emoticons do Windows Messenger.

março 06, 2009

Moça do Corpo Dourado do Sol de Copacabana

A pergunta que não quer calar: quem é melhor, copacabana club ou copacabana beat?





Copacabana Beat é um grupo do Rio de Janeiro que foi primeiro um trio vocal e depois uma full band, com teclados, baixo e bateria. Surgiu no glorioso cenário musical brasileiro na década de 90, pelas mãos do produtor Michael Sullivan, que no passado fez parte do supremo grupo pop de covers em português, The Fevers. Copacabana Beat fez parte da elite do Funk Melody, a poesia do funk, ao lado de nomes como Latino e MC Marcinho. Tudo isso com a benção de Dj Malboro e da galerinha in do Funk Carioca. O maior sucesso da banda foi Mel da Sua Boca:



Copacabana Club é uma quinteto de indie rock que surgiu em Curitiba no ano passado. Pérola perdida do pop brasileiro da era primeiro álbum do Cansei de Ser Sexy, a banda é formada por algumas figuras conhecidas da noite curitibana, notoriamente Luciano Frank, o Luli, um dos donos do bar James, que teve anos antes a banda ESS com Tille Douglas e Alec Ventura, os outros homens do grupo. A baterista Claudinha Bukowski é DJ e está sempre discotecando no circuito James - Wonka. Não sei nada sobre a vocalista, Camila, mas imagino que ela tenha a benção da galerinha in do Indie Curitibano. O maior sucesso da banda foi Just do It:



Agora, VOTE!

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