Ok, acho que todo mundo concorda que o elenco da série Lost é bom, faz uma atuação ótima e consegue, junto com o excelente trabalho de construção do roteiro, de direção e de edição, nos deixar vidrados na tela – do monitor, óbvio –, imersos naquela trama maluca, com os olhos arregalados e a boca moderadamente aberta. Mas esse post (comemorativo do centésimo episódio de lost) não é para elogiar o trabalho de quem edita/ atua/ dirige/ escreve. É para elogiar o casting.
O mundo inteiro já reparou na iniciativa legal de usar atores justamente do mundo inteiro e criar um elenco cosmopolita. Devem ter mandado todos fazerem um bom curso de dicção, pois apesar da série ser cheia de gringos e sotaques, os espectadores que falam um inglês moderado entendem tudo; sendo que existem filmes e séries que obrigam pessoas com TOEFL a usar legendas. Lembram do Snatch? O que seria de mim sem legendas? Até mesmo antes de aparecerem os ciganos.
Outra coisa muito bem pensada do casting foi de usar atores bons porém pouco conhecidos. Ou você iria se envolver da mesma maneira se fosse a cara da Julia Roberts aparecendo na tela para personificar a Rousseau, o Chandler Bing sendo Daniel Faraday? Aposto que Samuel L Jackson passaria por um John Locke super cativante. Aliás, que puta quebra de clima foi o Rodrigo Santoro. Não sei porque teve gente que gostou. Pra mim, foram poucos episódios em que um seriado de mistério virou uma série de comédia.
Como os atores eram um pouco conhecidos, tinham feito umas pontas por aí ou umas séries esquecidas da década de 90, talvez até fosse possível prever como o personagem seria interpretado por aquele ator específico. Quando resgato do fundo do baú o Party of Five, dramalhão da Fox que durou de 94 à 2k, acho que a atuação do Matthew Fox como Charlie já apresentava belos indícios do quão chato seria o Jack Shephard e sua relação de chaveco & ciúme permanente com a Kate. Digo isso porque a atuação não teve que mudar quase nada.
E quando vai escolher alguém para interpretar um físico maluco/freak/geek com uns tiques bizarros e um ar estranho, nada melhor do que usar Jeremy Davies, o mesmo ator que foi usado em 2002 no filme Solaris (dirigido por Steven Soderbergh e com George Clooney) para fazer um papel muito parecido. Parece que Snow e Daniel Faraday são quase a mesma pessoa. Gostei muito dos dois, pra ninguém falar que estou tirando sarro. Também foi ele que fez o soldado da imprensa em O resgate do soldado Ryan.
Dominic Monaghan, que faz o personagem Charlie Pace, já tinha executado uma atuação de sujeito nervosinho, persistente e parceiro em uma trilogia muito custosa e famosa. Só que tem várias pessoas que não o reconhecem porque ele aparecia com a metade da altura convencional, além de estar com pelos nos pés. Dou-lhe uma, dou-lhe duas... Meriadoc Brandybuck, também conhecido como o hobbit Merry.
Poucas pessoas sãs assistiram a Matrix Revolutions depois do fiasco maçante que foi o Reloaded. Mas pelo menos no segundo filme da trilogia já da pra ver a atuação de Harold Perrineau Jr como o Link, natural de Zion e piloto do Nebucanezer.
Ponta quase despercebida
A próxima vez que você estiver sem nada pra fazer e pegar O Diabo veste Prada passando pela 2958029ª vez na HBO, vai reparar que é a Charlotte quem está sugerindo pautas para a Meryl Streep.
Não posso opinar
Simplesmente não posso comentar a atuação de Henry Ian Cusick, o Desmond, em O Evangelho Segundo João porque nunca vi esse filme. Figurino convincente, hein.
Mico
Todos já sabiam de Rodrigo Santoro em Lost antes dos episódios estrearem. Mas eu não estava a par da ponta dele em 300 de Esparta. Deu um tilt na minha cabeça quando vi. Deve ter recebido muito bem para se vestir assim.
abril 30, 2009
abril 17, 2009
OMG they killed...
Ahmed & Salim não parece South Park só no traço: Tom Trager e Or Paz, os autores da paródia também gostam do humor politicamente incorreto da série americana. Só que o buraco é um pouquinho mais embaixo do que Cartman peidando: na série animada no Youtube, o pai de Ahmed e Salim quer que seus filhos honrem a religião islâmica sendo terroristas, mas enquanto o patriaca quer matar judeus, eles estão mais preocupados em jogar Wii e mexer na internet. Os seis episódios já produzidos da série são cheios de piadas de humor negro envolvendo judeus e árabes, e no quarto (que foi banido do YouTube) Ahmed e Salim chegam a atirar no saco de um rabino. Trager e Paz são israelenses e afirmam que isso não é uma sátira dos árabes, e sim dos terroristas e que eles na verdade não gostam de ninguém.
abril 14, 2009
O mundo visto em avenidas e capas de revistas
Em 29 de março de 1976 a revista The New Yorker publicou uma de suas capas mais famosas, a de View of the World from 9th Avenue, com uma ilustração de Saul Steinberg que representava de uma forma engraçada como o mundo depois no Rio Hudson seria visto por um nova-iorquino que estivesse na Nona Avenida, uma das principais da cidade.
No fim do mês passado uma edição da The Economist (21 a 27 de março) parodiou e atualizou o cartoon. How Chine sees the world, é a chamada principal da capa, ilustrada por um desenho da vista do mundo a partir da Chang'an, uma das principais avenidas de Pequim, que inclui inclusive um pedido de desculpas (With apologies to Steinberg and the New Yorker está escrito em uma placa atrás do Palácio Imperial).
Além do ponto de vista chinês, agora aparecem no mapa também a América do Sul, a Europa, a África e mesmo um pedacinho da Oceania. Trinta e três anos que inverteram (e esculhambaram) a perspectiva econômica do mundo.
No fim do mês passado uma edição da The Economist (21 a 27 de março) parodiou e atualizou o cartoon. How Chine sees the world, é a chamada principal da capa, ilustrada por um desenho da vista do mundo a partir da Chang'an, uma das principais avenidas de Pequim, que inclui inclusive um pedido de desculpas (With apologies to Steinberg and the New Yorker está escrito em uma placa atrás do Palácio Imperial).
Além do ponto de vista chinês, agora aparecem no mapa também a América do Sul, a Europa, a África e mesmo um pedacinho da Oceania. Trinta e três anos que inverteram (e esculhambaram) a perspectiva econômica do mundo.
abril 13, 2009
yyy snl review
Pra quem não viu o Saturday Night Live de ontem, com apresentação do Yeah Yeah Yeahs, e não consegue ver, já que, os videos foram removidos do youtube, segue um review interessante:
aqui os vídeos do yyy.
aqui os vídeos do yyy.
abril 09, 2009
the coolest kids since the cool kids and more
it's always sunny in philadelphia, rght gayz?
Confesso que não tenho base histórica para escrever sobre hip-hop: não estudei o estilo como estudei o rock. É o mesmo com a música eletrônica. Não que conheça muito pouco desses gêneros, mas o problema é que o que sei é fragmentário e meu interesse por eles é recente. Rock eu escuto desde sempre.
E eu não gosto tanto de música eletrônica nem de hip-hop, digamos, clássicos. Não comecei a gostar de música eletrônica e de hip-hop assim de uma hora para outra porque nunca tinha prestado atenção. Foram os próprios gêneros que abriram novos caminhos de evolução, aumentando o alcance da música.
Faz tempo que defendo que a nova música eletrônica é mais um novo rock do que uma nova eletrônica. E essa apropriação do rock pela eletrônica (ou vice-versa) foi que me levou além. Não simplesmente um rock com sintetizadores, ou uma eletrônica com verso e refrão, mas uma nova música, um híbrido feito de internet.
No meio disso o hip-hop. Eu gostava de algumas coisas de rap, claro, como Beastie Boys, ou Notorious B.I.G., mas faz bem pouco tempo que comecei a ouvir hip-hop e me identificar com isso. Não sei precisar exatamente quando. Tinha Streets, mas era um lance muito mais BRITY. Acho que começou com Spank Rock (isso foi em... 2006?) - que também me fez gostar dos raps do Neon Neon, já em 2008.
Eu não gosto de Kanye West em um todo, mas Stronger teve um papel fundamental nisso tudo. Harder Better Faster Stronger, as referências pop, o Akira, o show ao vivo com o Daft Punk no Grammy (não fui, só vi no youtube) serviram para me mostrar o quão moderno o hip-hop podia ser.
Passeando por essa "nova música" acabei caindo no duo Cool Kids, obviamente. Era quase a identificação master, but not yet. Essa semana ouvi Chiddy Bang. São um moleques da Filadélfia, que fazem rap em cima de samplers bem reconhecíveis, que funcionam quase como remixes das faixas, mas vão além.
Agora rolou. Os samplers, a construção das músicas, as rimas e as letras, tudo remete ao mundo referencial em que vivo. Seja cantando em cima de MGMT, ou fazendo um dueto de mashup com o Thom York. É a música do nosso tempo. Está tudo lá, não importa mais que gênero é.
E eu não gosto tanto de música eletrônica nem de hip-hop, digamos, clássicos. Não comecei a gostar de música eletrônica e de hip-hop assim de uma hora para outra porque nunca tinha prestado atenção. Foram os próprios gêneros que abriram novos caminhos de evolução, aumentando o alcance da música.
Faz tempo que defendo que a nova música eletrônica é mais um novo rock do que uma nova eletrônica. E essa apropriação do rock pela eletrônica (ou vice-versa) foi que me levou além. Não simplesmente um rock com sintetizadores, ou uma eletrônica com verso e refrão, mas uma nova música, um híbrido feito de internet.
No meio disso o hip-hop. Eu gostava de algumas coisas de rap, claro, como Beastie Boys, ou Notorious B.I.G., mas faz bem pouco tempo que comecei a ouvir hip-hop e me identificar com isso. Não sei precisar exatamente quando. Tinha Streets, mas era um lance muito mais BRITY. Acho que começou com Spank Rock (isso foi em... 2006?) - que também me fez gostar dos raps do Neon Neon, já em 2008.
Eu não gosto de Kanye West em um todo, mas Stronger teve um papel fundamental nisso tudo. Harder Better Faster Stronger, as referências pop, o Akira, o show ao vivo com o Daft Punk no Grammy (não fui, só vi no youtube) serviram para me mostrar o quão moderno o hip-hop podia ser.
Passeando por essa "nova música" acabei caindo no duo Cool Kids, obviamente. Era quase a identificação master, but not yet. Essa semana ouvi Chiddy Bang. São um moleques da Filadélfia, que fazem rap em cima de samplers bem reconhecíveis, que funcionam quase como remixes das faixas, mas vão além.
Agora rolou. Os samplers, a construção das músicas, as rimas e as letras, tudo remete ao mundo referencial em que vivo. Seja cantando em cima de MGMT, ou fazendo um dueto de mashup com o Thom York. É a música do nosso tempo. Está tudo lá, não importa mais que gênero é.
abril 08, 2009
Contra a Crise
abril 01, 2009
O Jornalismo Brasileiro #1 - Ou O Teu Passado Te Condena
A capacidade de análise histórica do rock que o Bonner tinha me assusta. Já requisitei bafões da Sônia Bridi dos labirintos do acervo do LabTele da UFSC.
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